Coleção Grades Educadores

Coleção com 22 programas sobre 24 dos mais importantes pensadores na área da educação.

B. F. Skinner
Carl Rogers
Célestin Freinet
Claparède
Comênio
Darcy Ribeiro
Edgar Morin
Emilia Ferreiro
Educadores brasileiros – Anísio Teixeira, Fernando Azevedo e Lourenço Filho
Froebel
Henri Wallon
Howard Gardner
Jean Piaget
John Dewey
Lev Vygotsky
Matthew Lipman
Montessori
Paulo Freire
Pestalozzi
Steiner
Helena Antipoff
Álvaro Vieira Pinto

 

Filmes para questionar o modelo tradicional de educação

1 – Entre os muros da escola (França) – Laurent Cantet, 2009

2 – Tarja Branca – A revolução que faltava (Brasil) – Cacau Rhoden, 2014

3 – Quando Sinto Que Já Sei (Brasil) – 2014

4 – Como Estrela na Terra – Toda criança é especial (Índia) – Aamir Khan, 2007

5 – Educação Proibida (América Latina) – Germán Doin, 2012

6 – Maria Montessori – Educação e Vida (Gianluca Maria Tavarelli, 2007)

7 – Pro dia nascer feliz (Brasil) – João Jardim, 2006

Fonte: https://18razoes.wordpress.com/2016/01/29/7-filmes-para-questionar-o-modelo-tradicional-de-educacao/

 

Eu acrescentaria:

8 – Être et avoir

 

Mais filmes: http://www.senscritique.com/liste/Films_de_prof_Films_sur_l_ecole/72567

 

Cabra-cega (2005)

Cabra-cega é um filme brasileiro de 2005, do gênero drama, dirigido por Toni Venturi.

Tiago (Leonardo Medeiros) e Rosa (Débora Duboc) são dois jovens militantes da luta armada, que sonham com uma revolução social no Brasil. Após ser ferido por um tiro, em uma emboscada feita pela polícia, Tiago precisa se esconder na casa de Pedro (Michel Bercovitch), um arquiteto simpatizante da causa. Thiago é o comandante de um “grupo de ação” de uma organização de esquerda, que está no momento debilitada e estuda um retorno à luta política. Rosa é o contato de Tiago com o mundo, sendo agora ainda mais importante por estar ferido. Com o passar do tempo Tiago passa a ficar preocupado com a segurança deles, adotando um comportamento estranho e colocando dúvidas em Pedro se ele não seria um traidor.

Ficha técnica

  • Estúdio: Olhar Imaginário
  • Distribuição: Europa Filmes
  • Produção: Toni Venturi
  • Música: Fernanda Porto
  • Fotografia: Adrian Cooper
  • Desenho de produção: Cláudia Minari
  • Direção de arte: Chico Andrade
  • Edição: Willem Dias
  • Roteiro: Di Moretti

Fonte: Wikipedia

Forró

Não saberia dizer ao certo se o forró é um ritmo, um gênero musical, uma dança, um lugar ou fenômeno cultural. Talvez seja tudo isso ao mesmo tempo. Originário da região nordeste do país, o forró teve como pai Luiz Gonzaga, rei do Baião. Nascido em 1912, era apaixonado por música, mas foi em 1939 que decidiu deixar o exército no Rio e se dedicar à música, o que se tornou uma empreitada de grande sucesso: Gonzagão compôs mais de mil canções e inspirou as gerações seguintes a continuar a criá-las.

Ao longo da história, o Brasil teve sua evolução musical em suas diferentes regiões (Recife com o frevo, Rio com o samba e a bossa nova etc.). Da mesma forma, o forró ganhou força no nordeste, sendo levado pelos migrantes nordestinos que se deslocavam em massa para o sudeste em virtude das secas do sertão.

Foi nos anos 90 que as bandas universitárias de forró fizeram o ritmo ressurgir e ganhar força no Sudeste, especialmente em São Paulo. Hoje, casas de forró tem apresentado trios que tocam o tradicional forró pé-de-serra (em especial sua composição em trio, com sanfona/acordeon, triângulo e zabumba) e enchido seus salões com os fãs que vêm para aprender a dançar e para praticar. E foi assim que o ritmo ficou mais popular no sudeste que no nordeste (o nordeste, aliás, reinventou a variante eletrônica do gênero com a inserção da guitarra).

Conheça aqui os diferentes ritmos do forró tradicional:

Uma das coisas que mais me atrai no forró, é que com ele podemos aprender muito da história e da cultura brasileira: uma mistura de instrumentos melódicos e rítmicos, assim como nossas misturas étnicas europeia, indígena e negra; uma história de sobrevivência e deslocamento, como a do nosso povo; ritmo que sofreu preconceito, mas que tem sido resgatado e valorizado por sua riqueza beleza inata, assim como nosso povo nordestino; letras que falam da seca, da dor, mas também da paixão, da alegria, da colheita e da natureza, cotiano da nossa gente; palavras, objetos e expressões locais, que mostram a diversidade e a especificidade de cada região desse nosso país; grupos musicais com uma formação simples, que possam tocar em qualquer lugar, pra que a gente sofrida possa se alegrar e se divertir dançando.

O blog forroemvinil.com presta um serviço de utilidade pública difundindo essa nossa extensa produção musical! Se quiser conhecer os álbuns de Luiz Gonzaga na íntegra ou de outros compositores, vale a pena conferir!

 

Texto: Emily Caroline da Silva

19 restaurantes para se regalar em São Paulo

19 Restaurantes que fui e que recomendo na capital:

1- L’Osteria Del Generale (Jardim Paulista)

Comida italiana de verdade, em um lugar charmoso com decoração única: camisetas de times italianos penduradas.

2- Gopala Hari (região da Paulista)

Com música indiana ambiente, você pode desfrutar de uma comida indiana muito bem feita a um preço bastante acessível.

3- Nagata (alto de Santana)

Um dos meus preferidos de longe, Nagata é um autêntico restaurante japonês (e que não serve rodízio). Os peixes são sempre frescos e de altíssima qualidade. Vale a pena conferir. O combinado pequeno dá pra 2 pessoas tranquilo.

4- Casa Jaya (Capote Valente)

Vegano, esse restaurante tem um buffet de salada orgânica muito bom por um preço fixo à vontade e servem ainda dois pratos quentes no almoço. Os sucos são sempre inusitados e as sobremesas irresistíveis.

5- Rotisserie e Restaurante Biondella (Capote Valente)

É uma simples e simpática casa de massas italiana com preço acessível. No almoço é bastante concorrido, mas vale a pena. A dona é uma italiana e mantém os garçons fielmente, coisa que valorizo bastante!

6- Nello’s Cantina e Pizzaria

Tradicionalíssimo, esse restaurante foi de um ex-cineasta italiano e serve uma massa incrível. Pedi talharine massa verde ao molho sugo! Imperdível!

7- La Tartine Bistrot (Paulista/Centro – Região da Augusta)

Ce bistrot français est mon coup de coeur! Com suas deliciosas quiches, seus pratos tradicionais, o La Tartine vence pelo charme, pelo atendimento, pelo acordeonista das quartas-feiras e por fazer tudo isso a um preço acessível!

8- La Casserolle (Centro)

Fui apenas uma vez, pelo preço salgado, mas que sonho! Com um cardápio francês requintado, o La Casserolle oferece fois gras e outras delícias francesas para uma noite de frimeur!

9- Saj (Paulista/Centro – Região da Augusta)

Para quem gosta de comida libanesa essa é uma opção incontournable! Peça o combinado de pães, o trio de patês e um quibe assado. É divino!

10- Pé de manga (Vila Madalena)

Imagine um lindo jardim com um pé de manga imenso. Agora imagine mesinhas sob essa árvore e uma comida brasileira deliciosamente servida. Para quem gosta de natureza, comida boa e lugares calmos para conversar, está recomendadíssimo!

11- Capim Santo (Jardim Paulista)

Alta gastronomia brasileira! Impecável e excelente na realização dos pratos, na harmonização, na decoração e no atendimento. Tem um precinho mais salgado, mas vale a pena! No almoço parece que o buffet é mais acessível.

12- Bovinus (Av. Rebouças)

É um rodízio farto, variado e com um buffet fantástico! O chef do rodízio é um gaúcho que já comanda o restaurante há alguns anos. Valorizo empresas que mantém seus funcionários!

13- Bendita Hora (Perdizes)

É uma pizzaria de alto nível em um lugar supercharmoso, decorado com velas, arabescos em ferro e madeira. Aconchegante para um jantar a dois.

14- Casa do Espeto (Perdizes)

Tem uma bela decoração brasileira com móveis em pátina, azulejos e áreas verdes e abertas.  Tem espetos de tudo e dá pra passar horas batendo papo com os amigos.

15- Dita Cabrita (Pompeia)

Pequeno, aconchegante, ao ar livre com mesas em um lindo jardim, esse restaurante é acolhedor para uma pequena reunião entre amigos ou para um casal. No cardápio, várias opções de pratos brasileiros. Recomendo a truta!

16- Bassano (Jardim Paulista)

Self-service de comida brasileira e italiana, esse restaurante atrai os gostos mais refinados que trabalham na Paulista. Foi o buffet de um casamento que fui, e achei simplesmente excepcional!

17- Restaurante Portucale (Itaim – zona sul)

Com a entrada de pedras imitando um castelo, esse lugar surpreende quem vai pela primeira vez. Reproduzindo os detalhes portugueses mais delicados, o local é premiado anualmente desde 1993, por isso tem um preço bem salgadinho. Bacalhau e vinho regados a um atendimento impecável e uma performance de fado ao vivo, Portucale deixa sua marca na memória.

18- Pizzaria Bendita Maria (Brás/ Mooca)

Essa pizzaria toda em tijolinho com panelas de ferro penduradas é o local ideal pra desfrutar de um vinho, uma boa pizza quadrada e boas companhias.

 

19 – Boulangerie Le Pain Quotidien

Essa autêntica padaria francesa é super charmosa para um brunch, almoço ou lanche de tarde. A baguette é irrestistível!

O povo brasileiro, de Darcy Ribeiro

povo brasileiro

Ribeiro, Darcy. O povo brasileiro. Companhia das letras, Ed cia de bolso, [1995] 2006, p.108.

É com essas e outras frases contundentes porque cheias de verdade que Darcy Ribeiro descreve as origens, as relações e a complexa formação do povo brasileiro.

Publicado em 1995 pela primeira vez, o livro já ganhou várias reedições, inclusive uma de bolso da Companhia das Letras. Com suas robustas 496 páginas, a obra destrincha em detalhes as matizes da constituição da brasilidade: o índio, o negro, o branco e suas misturas. Não escapa a Darcy Ribeiro as profundas mazelas deixadas pela exploração das pessoas, pela escravidão, pela ganância e pelas riquezas.

Um livro capital para quem quer entender o Brasil e que deveria, por sua abrangência histórica, geográfica, social, econômica, política e etnográfica e por sua acessibilidade ao leitor comum, ser de leitura obrigatória em nossa escolarização básica.

Texto: Emily Caroline da Silva

Que horas ela volta?

Brasil dividido
De Bruno Carmelo

Em pleno período pós-eleitoral, quando cidadãos e representantes eleitos contestam as regras, as alianças e a estrutura do sistema político brasileiro, chega um filme exemplar para discutir este Brasil dividido: Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert. Misturando drama e comédia, o filme consegue confrontar o Nordeste e o Sudeste, os ricos e os pobres, o Brasil segregacionista e a ideia de união nacional.

Que Horas Ela Volta? - FotoRegina Casé interpreta Val, uma empregada doméstica de Recife que mora há mais de uma década em São Paulo, na casa dos patrões. Dentro deste amplo lar de classe média-alta, Val é considerada “quase da família”, tendo criado os filhos dos patrões como se fossem os próprios, mas ela ainda faz as suas refeições em uma mesa separada, dorme no quartinho dos fundos e jamais colocou os pés na grande piscina onde os outros se divertem. A empregada doméstica foi o símbolo escolhido para ilustrar a condescendência de certa elite que “acredita sinceramente ter sido feita para ocupar tal posição”, como diriam os sociólogos Michel Pinçon e Monique Pinçon-Charlot.

Anna Muylaert sempre brincou com as diferenças sociais, dando destaque à classe média. Às vezes, seu humor peculiar e absurdo se sai bem (Durval Discos, É Proibido Fumar), às vezes, força a mão na caricatura (Chamada a Cobrar). Que Horas Ela Volta?, de cunho mais dramático e narrativamente mais convencional que os filmes anteriores, é também a sua melhor obra, a mais doce e comovente, fugindo do maniqueísmo em que o jogo de opostos poderia facilmente desaguar.

O elemento que permite implodir a dinâmica familiar é a chegada de Jéssica (Camila Márdila), filha de Val, à casa dos patrões, na intenção de se preparar para o vestibular. Questionadora, ela funciona como um elemento de subversão que ressalta a artificialidade daquela estrutura, que parecia natural tanto à família quanto a Val. Como o visitante de Teorema, a garota de passado misterioso chega para seduzir o pai e o filho, questionar a autoridade da patroa e desestabilizar a própria mãe.

Que Horas Ela Volta? - PosterO equilíbrio na representação é mantido graças ao excelente trabalho do elenco. Regina Casé descontrói seus gestos corporais amplos e ganha uma feição mais simples, lenta, de quem desempenha as mesmas tarefas há décadas. O humor de suas falas é irônico, mas simples, cotidiano, o que leva a sua personagem – e o filme – para o bem-vindo tom de crônica social. Camila Márdila também tem uma atuação excepcional, tateando o terreno dentro da casa desconhecida e sutilmente ganhando espaço, como uma boa estrategista. Karine Teles eLourenço Mutarelli cumprem bem a imagem do casal rico e supostamente descolado, apesar de serem presos às convenções sociais.

Talvez o roteiro insista demais em alguns símbolos (o sorvete, as xícaras de café), mas isso corresponde à vontade de fazer de um único lar um exemplo de milhares de outros lares nas mesmas condições – por isso, pequenos símbolos são obrigados a ganhar uma importância maior do que normalmente teriam. A atitude de Carlos (Mutarelli) em relação a Jéssica também surpreende, mas isso provavelmente se encaixa na cota de pequenos surrealismos que Muylaert gosta de embutir em suas histórias, como uma assinatura pessoal. De qualquer modo, estes fatos não alteram o ritmo agradável da história, que levou a plateia às gargalhadas no festival de Berlim, depois de também cativar o público em Sundance.

É possível imaginar que o público brasileiro também se identificará com este filme. Muitas pessoas poderão enxergar em tela as próprias famílias, ou as famílias de pessoas que conhecem. As comédias de cunho social são raríssimas no cinema brasileiro, principalmente com a qualidade e profundidade de Que Horas Ela Volta?. Resta torcer para que a obra represente aquela faixa de mercado tão necessária e tão ausente na nossa cinematografia: a dos “filmes do meio”, entre as pequenas obras herméticas do circuito de arte e os grandes arrasa-quarteirões da comédia popular.

Filme visto no 65º festival de Berlim, em fevereiro de 2015.

Texto publicado originalmente aqui.

Tropicália

Não saberia dizer ao certo em que época entrei em contato com a Tropicália. Em parte esse conhecimento se deu pelo gosto musical de minha mãe e em parte pelo aprendizado escolar, quando minha doce e baixinha professora de história nos ensinou sobre a ditadura, bem como toda a repercussão cultural da época.

A Tropicália foi um movimento artístico e político dos anos 1967-1968, época de remarcável eferverscência cultural. Seus grandes representantes foram Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, os Mutantes, Torqueto Neto, Capinan, Nara Leão e Tom Zé, dentre outros.

A riqueza rítmica, melódica, assim como os movimentos políticos, se refletiam na estética e na poética das letras. Expressões antropofágicas, concretistas e surrealistas como olhar colírico, futurível, ruídos pulsativos, ilumencarnados seres, tropicália, geleia geral, eubioticamente atraídos, Batmakumbaiê, panis e circenses, mostravam o valor que a criatividade ocupava ali.

A busca por uma identidade e por uma criação nova e autêntica não se descolou, no entanto, do contexto histórico-político-social. Na Tropicálica encontramos também músicas de manifesto, É proibido proibir, Questão de Ordem e Alegria Alegria, para citar as mais conhecidas.

Na busca de uma brasilidade raiz que refletisse também a miscigenação popular, a Tropicália incorporou as influências musicais que circulavam na época: rock, bossa-nova, baião, samba, MPB, berimbau, guitarra elétrica, percussão etc., sempre transformando-as em algo novo. O diálogo não se deu somente com a arte musical, mas também com as outras linguagens da arte, como por exemplo, com o cinema. Gilberto Gil e Caetano, por exemplo, foram influenciados pelos filmes de Glauber Rocha, como Terra em Transe.

É justamente nessa antropofagia, tanto da cultura erudita, quanto da cultura popular, que se encontra a beleza e a riqueza dessas composições. Para quem escuta hoje os discos do movimento, é possível fazer um exercício de despetalar e tentar descobrir a origem musical dos sons, pausas, instrumentos, ritmos etc..

Tentando aprender um pouco mais sobre esse movimento, encontrei um belíssimo site, recheado de biografias, discos, letras, discursos, manifestos, fotos e vídeos. Vale a pena conferir: http://tropicalia.com.br/

 

Texto: Emily Caroline da Silva

Referências: http://tropicalia.com.br/ e https://www.youtube.com/watch?v=HHM5-PonsKM

Um blog para aprender sobre língua portuguesa e cultura brasileira